22/12/2015 | 12h38 - Publicado por: Assessoria CRO-PI
CFO reconheceu a Odontologia do Esporte como especialidade

Com o pedido feito durante a III Assembleia Nacional de Especialidades Odontológicas, a última ANEO, realizada em São Paulo (SP), o CFO reconheceu, por meio da Resolução CFO 160/2015, que a Odontologia do Esporte agora é especialidade.

Mas, não é de agora que a Odontologia do Esporte vem sendo trabalhada. No Brasil, o primeiro representante foi o Doutor Mário Hermes Trigo de Loureiro (in memorian) ou, simplesmente, Dr. Mário Trigo como era conhecido. Ele foi Cirurgião-Dentista da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1958, 62, 66 e 70, sendo bicampeão mundial (1958,1962) e sua preocupação era que o foco dentário poderia ser responsável por debilitar a saúde do atleta – só em 1958 dos 33 atletas da seleção ele removeu 118 dentes.

Entidades e associações foram formadas, todas elas extremamente importantes no desenvolvimento da especialidade. No dia 29 de setembro de 2012 um grupo de Cirurgiões Dentistas que estavam ligados de alguma forma com a Odontologia do Esporte se reuniu na cidade do Rio de Janeiro para formar a Academia Brasileira de Odontologia do Esporte (ABROE), com o propósito de fortalecer e ajudar no reconhecimento da especialidade.

O Dr. Eli Luis Namba, Doutor e Mestre em Odontologia pela PUC-PR, Especialista em Medicina e Ciências do Esporte pela Universidade Positivo (PR), presidente da Comissão de Odontologia do Esporte do CRO-PR e vice-presidente da Academia Brasileira de Odontologia do Esporte falou do assunto. Ele também foi coautor do Livro Protetores Bucais Esportivos: tudo que o Cirurgião-Dentista precisa saber.

1) O que vem a ser a nova especialidade e qual sua importância na odontologia?

EN – A Odontologia do Esporte trabalha com as particularidades e especificidades dos atletas com a intenção de promover, além de saúde bucal adequada a essa população, uma melhora no seu rendimento físico. Entendemos que o instrumento de trabalho para um atleta é o seu próprio corpo e o equilíbrio é fundamental para o desenvolvimento de qualquer exercício. Imaginem um atleta com uma infecção do dente do siso antes de uma importante competição, será que o seu rendimento seria o mesmo tendo que realizar um esforço com dor? E se o mesmo atleta, ao procurar um atendimento odontológico, e, no intuito de ajudar, o Cirurgião-Dentista o medica com uma substancia proibida pela sua confederação e ele é pego no exame antidoping? Vários medicamentos utilizados pela odontologia são proibidos pela wada, instituição responsável pala área do doping esportivo. Começaram a entender que não é tão simples assim. Em determinadas modalidades o consumo de repositores de sais minerais podem desmineralizar nossos dentes e a incidência e o risco da doença cárie aumentam em determinadas populações no esporte.

2) Quais os principais campos de atuação de um profissional da Odontologia do Esporte?

EN - Em uma nova área tudo que é colocado deve ser encarado com grande seriedade. Na ciência existe uma pirâmide de evidências, é através dela que devemos nos basear e a prática de saúde deve ser baseada no melhor nível de evidência científica disponível. O mercado é muito promissor para os profissionais que tem interesse na nova área. Com a proposta de melhor qualidade de vida, cada dia mais pessoas buscam a prática de uma atividade física de forma amadora ou profissional. A Odontologia do Esporte pode sim ajudar muito no rendimento dos nossos atletas e é fundamental em qualquer equipe multidisciplinar. A atuação vai desde o trabalho desenvolvido pelo profissional Cirurgião Dentista aos cuidados praticados no esporte como o uso de protetores bucais: os adequados são os confeccionados pelo Cirurgião-Dentista ou por empresas para onde os profissionais encaminham o modelo da boca do atleta. Este protetor deve ser ajustado pelo Cirurgião Dentista assim como as próteses e jamais pode ser entregue diretamente ao atleta. Um protetor sem o ajuste adequado pode trazer problemas maiores que fraturas dos nossos dentes, neste momento entra uma das especificidades que os especialistas devem conhecer.

3) Que desafios a especialidade vai enfrentar?

EN – Qual será a qualificação que este profissional precisa apresentar para atender a essa população específica. Primeiramente, entender o que é um atleta, como funciona seu organismo, quais alterações ocorrem na cavidade oral que podem refletir no rendimento físico, e quais alterações ocorrem na cavidade oral são ocasionadas por tais atividades. Não temos em nossa formação de graduação qual a indicação dos protetores bucais, como confeccioná-los, para qual modalidade esportiva deve ser indicada, não são todos iguais? Não são, e também são contra indicados em alguns casos. O que é doping, quais os protocolos cirúrgicos e de pronto atendimento devemos usar nas diferentes modalidades esportivas? Como deve ser a integração da atuação deste profissional em uma equipe interdisciplinar? Como este profissional, além de atuar, deve promover às equipes e à população a disseminação do conhecimento sobre a prevenção dos traumatismos orofaciais? Algumas universidades já inseriram em suas grades disciplinas eletivas e optativas sobre o tema, o que deve se tornar cada dia mais comum, visto a população emergente de atletas em nosso país.

4) Qual o mercado de trabalho para esta área?

EN – Muitas atualizações e cursos de curta duração sobre o tema visaram apresentar a área ao profissional e, mesmo antes do reconhecimento, duas universidades apresentaram a especialidade reconhecida pelo Ministério da Educação com o intuito de aumentar a produção científica e apresentar a importância da área para a odontologia. Com o reconhecimento ganhamos força junto ao nosso conselho e diretrizes foram montadas para padronizar as especialidades e assim preencher esta lacuna, capacitando mais profissionais para um mercado emergente e carente de profissionais preparados para todas estas especificidades e particularidades no atendimento de atletas. O grande ganhador de tudo isso não são só os atletas, nem a Odontologia do Esporte e sim a Odontologia como um todo. 

 

Fonte: CFO

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